Após plantio de 3,5 mil árvores em 7,4 km de extensão da Marginal Botafogo, plantas exóticas serão removidas para permitir desenvolvimento da arborização
Projeto de recomposição foi elaborado pela Amma. Novas mudas auxiliarão Goiânia a manter a temperatura agradável nos próximos anos. Leucenas serão retiradas nos próximos dias pela Comurg
A etapa final de rearborização da Marginal Botafogo será realizada nos próximos dias com a remoção das espécies invasoras que impedem o desenvolvimento das 3,5 mil árvores plantadas em 7,4 km de extensão da via. A Prefeitura de Goiânia, por meio da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), autorizou a retirada das espécies invasoras ao determinar e realizar o plantio das mudas nativas do Cerrado em ato no mês passado.
O plantio marcou a celebração ao recebimento do título “Tree Cities Of the World” ou “Cidade Árvore do Mundo”, pela Prefeitura de Goiânia, que é um reconhecimento da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO-ONU) e Fundação Arbor Day.
“As leucenas que serão retiradas tratam-se de espécies exóticas, invasoras que se disseminam com muita facilidade, competindo com as espécies nativas por nutrientes e luminosidade, o que acaba prejudicando o desenvolvimento das espécies nativas existentes e plantadas no local”, explica o presidente da Amma, Nadim Neme.
Biólogo e autor do projeto, Leandro Georges conta que as espécies possuem galhos frágeis, suscetíveis à queda. “Parte dos galhos das leucenas podem se desprender ao longo da via e causar acidentes, visto sua proximidade com a pista de rolamento. Devido a isso, as mesmas foram substituídas por espécies nativas e adequadas para o local”, explica Georges.
A engenheira agrônoma da Amma, Jarina Padial, conta que a espécie exótica e invasora pode influenciar no desenvolvimento das mudas recém-plantadas. “Para a retirada foi necessária análise técnica. Quem analisa essas espécies na Marginal Botafogo já percebeu o quanto crescem rápido e, ao mesmo tempo, o quanto se desprendem rapidamente caindo no leito do córrego”, frisa Jarina.
Sobre a importância da espécie, a bióloga e chefe de gabinete da Amma, Wanessa Castro, pondera que é uma espécie importante para segurar barrancos e erosões. “Porém, no caso do Marginal Botafogo, esse trabalho é sustentado pela interferência da engenharia do local, tendo as leucenas quase nenhuma serventia para segurar a estrutura”, explica.
*Novas árvores*
Em março e abril deste ano, a Prefeitura de Goiânia realizou o plantio de mudas específicas para cada trecho da Marginal e suas particularidades. “Promovemos a cobertura vegetal conservando o solo, a fauna e como forma de compensação ambiental pelas árvores as quais foram extirpadas no local ao longo dos anos”, explica o presidente da Amma, Nadim Neme.
Com ações como essa, Goiânia chega a quase 400 mil mudas plantadas nos últimos três anos, e mantém o título de cidade mais arborizada do Brasil.