Um funcionário terceirizado de limpeza da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, foi preso na última segunda-feira, após ser identificado como responsável por instalar câmeras espiãs no vestiário feminino da instituição.
Segundo informações do delegado Percival Alcântara, do 5º DP, no Centro de São Paulo, algumas das vítimas que se trocavam no local perceberam que havia pequenas câmeras escondidas, uma em uma tomada e outra em um armário, filmando a troca de roupas. Já foram identificadas cinco vítimas até o momento.
Câmeras escondidas e perseguição
Além das câmeras escondidas, o suspeito também é acusado de perseguir uma das vítimas. Ele colocou um localizador em uma bolsa da mulher, realizava ligações frequentes e tinha fotos dela.
A prática conhecida como stalking, que é uma obsessão ou perseguição por parte de uma pessoa a outra, tornou-se crime somente em 2021, quando foi incluída no Código Penal Brasileiro.
FGV se pronuncia
Em nota oficial, a FGV declarou que não teve conhecimento de envolvimento de alunos ou funcionários próprios nos atos. Assim que foi informada dos fatos envolvendo prestadores de serviços terceirizados, a instituição notificou a empresa responsável pelos serviços de limpeza, a Colorado Serviços Ltda.
Pediu o afastamento imediato do funcionário acusado, bem como a adoção das medidas necessárias para a apuração dos fatos, aliadas à Polícia.
Ações legais
Com a autorização da Justiça, foi realizado um mandado de busca e apreensão na casa do suspeito, onde foram encontradas evidências do crime, incluindo material com imagens das mulheres e de centenas de crianças e adolescentes.
O suspeito foi preso em flagrante e será julgado por armazenamento de pornografia infantil, filmagem de intimidade sem consentimento e crime de stalking. Ele confessou na delegacia ter instalado os equipamentos no vestiário da FGV.
As investigações seguem em andamento, com o objetivo de ouvir mais testemunhas e o material encontrado será encaminhado para perícia.