O Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG realiza neste fim de semana, dois transplantes renais intervivos entres irmãos. Esse tipo de procedimento é caracterizado quando o doador do órgão é, na maioria das vezes, parente do receptor. Em ambos casos, um irmão irá doar para o outro irmão. Para realizar a doação é necessário ser maior de idade e haver compatibilidade entre as pessoas. Atualmente, o HGG é uma unidade de saúde referência no Serviço de Transplante Renal no Estado de Goiás. Iniciado em 2017, serviço já soma 946 procedimentos, sendo 864 com doador cadáver e 82 intertivos.
A doadora Jakeline Rodrigues da Silva, 34 anos, vai doar um rim para o irmão, Edimar Rodrigues da Silva de 57 anos. A caçula de nove irmãos realizou os testes de compatibilidade e decidiu ajudar o seu irmão mais velho. “Uma das maiores vontades dele é voltar a tomar água. Acho que a ficha dele ainda não caiu que em breve talvez isso seja possível novamente. São seis anos fazendo hemodiálise, muito sofrimento. Temos o apoio da nossa família e apesar de um pouco de nervosismo, estamos ansiosos para que a cirurgia aconteça logo, e para que meu irmão volte a ficar bem o quanto antes”, comentou.
O cronista esportivo, o paciente Edimar Rodrigues da Silva, de 57 anos, conversou com a equipe do HGG. Ele disse que está muito emocionado, pois aguarda há muito tempo por este momento. “Outros irmãos também se dispuseram a me ajudar, fizeram os testes, mas devido alguns problemas de saúde, eles não puderam doar. Então, com a Jakeline, minha irmã mais nova, deu tudo certo. Hoje estou calmo e tranquilo. Mas antes, quando descobri que fui acometido com esse problema renal, eu não queria que ninguém fizesse esse sacrifício por mim. Eu tinha receio deles doarem e depois terem problemas de saúde também. Hoje, eu só quero poder voltar a minha rotina normal, trabalhar, beber água à vontade e sair da maquina de hemodiálise”, afirmou.
O médico cirurgião do HGG, Marcus Vinícius Chalar explica que a maioria dos transplantes renais ainda são realizados com órgãos de doadores cadáveres. “É muito necessário estimular e explicar que a doação de rins entre pessoas vivas, e que são parentes, é uma possibilidade. É a chance de ajudar na promoção da saúde de uma outra pessoa. Muitas vezes, de irmãos, pais, filhos. É um gesto lindo, de coração e principalmente de amor entre as partes”, avaliou.
Além disso, o profissional ressalta que o serviço beneficia os Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e ajuda a promover qualidade de vida para as pessoas. “O gesto altruísta da doação de órgãos é fundamental para que continuemos salvando vidas. Somos um grande centro transplantador e nosso objetivo é contribuir cada dia mais com a saúde e bem-estar da população”, disse.